O termo Empresa Júnior (EJ) pode surgir já nos primeiros dias da faculdade, ao conhecer colegas veteranos. A proposta faz parte das diversas possibilidades para os estudantes que estão começando a vida profissional.
As empresas júnior são ambientes ideais para quem tem veia empreendedora ou quer colocar em prática as ideias que surgem durante o curso. Também podem ajudar quem está buscando se encontrar profissionalmente e procurando orientação para a carreira.
Quer saber mais sobre o funcionamento desse tipo de organização? Continue lendo.
O que é uma empresa júnior?
Uma empresa júnior é uma entidade sem fins lucrativos, normalmente organizada e gerida por estudantes de graduação. O principal objetivo dessa organização é desenvolver projetos e oferecer serviços. Desse modo, os alunos colocam em prática conhecimentos adquiridos na sala de aula em situações reais.
Por ter uma base empreendedora muito forte, a empresa júnior aproxima os estudantes do mercado de trabalho, abrindo portas e criando conexões com empresas e oportunidades profissionais.
É uma negociação de benefícios mútuos: de um lado os jovens podem exercitar seus conhecimentos e fazer contatos para o futuro. Do outro, o contratante identificar potenciais talentos para sua equipe.
Como funciona uma empresa júnior?
Toda empresa júnior faz parte do Movimento Empresa Júnior (MEJ). Ele foi criado na França, na década de 1960, e chegou ao Brasil em 1988. O MEJ brasileiro é representado pela Brasil Júnior, que orienta o funcionamento das empresas juniores do nosso país.
As empresas juniores são regularizadas judicialmente e a maioria tem CNPJ, regimento interno, estatuto social, ata de eleições e termo de voluntariado, entre outras formalizações.
Conforme o livro “A Lei das Empresas Juniores – Estudos sobre o Marco Legal da Educação Empreendedora no Ensino Superior”, existem cinco princípios que regem o funcionamento das EJs:
- Ter finalidades educacionais
- Ser uma organização de pessoas com o mesmo propósito
- Ter finalidade não lucrativa
- Ausência de direitos e obrigações recíprocas
- Todos os membros voluntários
Com relação à estrutura das EJs, é comum que sejam divididas em Diretorias, como Presidência, Diretoria Administrativo Financeira/Jurídica, Diretoria de Comunicação, Diretoria de Projetos e Diretoria de Qualidade.
Mas isso não é uma regra e pode variar de uma EJ para outra, assim como a quantidade de membros. Geralmente, os membros entram na empresa através de Processo Seletivo com etapas de dinâmica de grupo, entrevistas e testes.
É necessário que um professor ou professora do departamento do curso universitário seja responsável por coordenar/ auxiliar as atividades da empresa júnior.
O que faz uma empresa júnior?
Uma empresa júnior presta serviços de acordo com os aprendizados dos alunos do curso de graduação.
Uma empresa da área de Publicidade, por exemplo, pode atender demandas de Marketing Digital.
Já uma EJ de Engenharia de Alimentos pode oferecer o serviço de estudo e desenvolvimento de rótulos alimentícios. Por sua vez, uma empresa júnior de Contabilidade pode oferecer consultorias para a saúde financeira de um negócio.
Como a EJ é uma organização sem fins lucrativos, o dinheiro arrecadado normalmente é para custos fixos (a manutenção de um site, por exemplo). Ou, então, os recursos são investidos no desenvolvimento dos próprios membros (como com uma capacitação externa).
O valor dos serviços prestados, inclusive, é uma das vantagens de se contratar uma EJ, que costuma ser cerca de 30% abaixo do cobrado por uma empresa sênior.
Qual é o diferencial de uma empresa júnior?
Para as empresas contratantes, o maior diferencial de uma empresa júnior costuma ser o preço cobrado abaixo do mercado. Contratar essa modalidade tem a vantagem de oferecer qualidade próxima à das empresas maiores por um preço mais competitivo.
Outra vantagem é a personalização dos serviços. Uma empresa júnior costuma ter mais flexibilidade para negociações, atendendo as demandas do seu negócio de forma personalizada.
O conhecimento técnico também se destaca, devido ao ambiente universitário e apoio de professores e da faculdade. Desse modo, a empresa júnior pode oferecer soluções inovadoras.
Para os membros da EJ, um dos diferenciais é o senso de pertencimento a um movimento voluntário que estimula o desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais. Importante destacar também que essa é uma oportunidade de colocar em prática o que é visto em sala de aula.
Essa motivação pode ser uma vantagem para os clientes. É atrativo saber que você está contratando uma empresa em que os membros, apesar de ainda não serem formados, trabalham inspirados por um propósito maior, não é mesmo?
Qual é a diferença entre uma empresa júnior e uma empresa tradicional?
A principal diferença entre uma empresa júnior e uma empresa sênior está na estrutura organizacional e nos objetivos dos negócios.
Empresa Júnior | Empresa sênior |
sem fins lucrativos | com fins lucrativos |
preços reduzidos | preços dentro da tabela de mercado |
movimento voluntário | funcionários contratados |
alta rotatividade nas diretorias | quadro fixo por mais tempo |
hierarquia horizontal | hierarquia vertical |
Empresa júnior e inovação: qual é a relação?
Por estarem inseridas no ambiente acadêmico, as empresas juniores estão inseridas em um meio favorável para a inovação. Os membros da empresa têm contato com informações vindas de pesquisas e estudos recentes da área, além de estarem atualizados em tendências de mercado.
O processo constante de aprendizado também é propício para que os universitários tragam soluções inovadoras e se desprendam de formas tradicionais de resolução de desafios.
Quantas empresas juniores tem no Brasil?
O Movimento Empresa Júnior brasileiro tem cerca de 1.300 empresas juniores. Elas são representadas pela Brasil Júnior, confederação presente em todos os estados.
Além disso, cada estado também tem uma federação para auxiliar e potencializar as empresas juniores, como a FEJESP (São Paulo), FEJEMG (Minas Gerais), FEJEPE (Pernambuco) e assim por diante.
Estima-se que mais de 20.000 jovens sejam parte do MEJ no Brasil.
Saiba mais: lei empresa júnior
A Lei das Empresas Juniores foi sancionada em 2016 para fomentar a cultura empreendedora nas universidades.
O artigo 2º da Lei 13.267 define empresa júnior como o “entidade organizada nos termos desta Lei, sob a forma de associação civil gerida por estudantes matriculados em cursos de graduação de instituições de ensino superior, com o propósito de realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos associados, capacitando-os para o mercado de trabalho.”
A lei é importante porque garante a transparência dentro dos contratos fechados e proporciona segurança jurídica (tanto para a EJ quanto para o cliente).
Esse é mais um dos motivos para confiar em uma empresa júnior para desenvolver um trabalho para você e seu negócio.
Vale a pena confiar no potencial dos universitários e contar com a ajuda de quem está começando.
Agora que você já entendeu o funcionamento de uma EJ, que tal saber mais sobre startups? Clique e leia sobre as fases e desafios internos de uma startup.