As fases de uma startup são como fases de videogame. Ou mesmo como as fases da vida. A cada etapa, novos desafios surgem. E o maior erro é ficar parado. 

Ok, sabemos que o objetivo da sua startup é decolar e ganhar o mundo. Para isso acontecer é preciso dar um passo de cada vez. Quer saber que passos são esses? Continue a leitura que a gente dá uma mãozinha para você começar a caminhada.

Quais são as fases de uma startup?

Ter o objetivo final em mente é ótimo, mas viver os processos e as descobertas de cada fase é o que garante o gás para você se manter firme no empreendimento.

Da vontade ao sucesso ou da sementinha aos frutos, podemos identificar pelo menos cinco etapas cruciais de desenvolvimento de uma startup. São elas: ideação, validação, operação, tração e expansão. Entenda cada uma delas:

1. Ideação ou pré-seed

O princípio de tudo é a ideia, mas ela não cresce sozinha. Ela precisa ser alimentada com aprendizados que surgem com as pesquisas. É ao longo dos estudos sobre as oportunidades de mercado que a ideia começa a tomar uma forma mais tangível. 

A ideação, ou pré-seed, é o momento de entender o segmento de atuação e o público-alvo. O que pretendo oferecer? Para quem? Com que custos? Aqui é fundamental levantar quais são as dores e desejos do público e como a sua ideia de produto ou serviço pode atendê-las.

Mesmo essa sendo uma fase de concepção, é preciso levar em conta a geração de valor que esse produto ou serviço oferece e seu potencial de ser um negócio sustentável a médio e longo prazo.

Não se espante se a ideia do seu negócio for completamente diferente daquela que você imaginou bem no início. É sinal de que ela está amadurecendo e crescendo. 

A ideia já está mais madura? Ótimo, temos uma sementinha e podemos avançar para a próxima fase.

2. Validação ou seed

Como o próprio nome já diz, na fase de validação, a sua ideia de produto ou serviço será validada pelo mercado. Normalmente, isso acontece usando a metodologia do Produto Mínimo Viável (MVP)

Nesse momento, apresenta-se uma versão mais básica da sua solução para um público específico testar na prática sua viabilidade. Atenção ao feedback: investigue com esses primeiros clientes-teste o que gostaram ou não gostaram na sua proposta. A partir daí, reformule sua proposta. Se necessário, retome a fase ideação.

Nessa fase, ainda não há rentabilidade, e a receita depende de investimentos próprios ou externos. Quando perceber que sua solução atendeu a uma dor do mercado, resolveu algum problema, chega a hora do próximo passo.

3. Operação ou early stage

Esse é o momento em que o MVP já foi validado e tem uma versão final e completa do produto ou serviço oferecido pela startup. 

Na fase de operação começa realmente a parte de comercialização. Áreas como marketing, atendimento e suporte se estruturam, e a experiência do cliente começa a ganhar mais atenção. 

A gestão financeira também deve ser um ponto de atenção, pois ainda pode-se levar um tempo para a geração de lucro. Mas é nessa fase que muitas startups recebem investidores-anjo, pessoas ou empresas que acreditam em seu potencial de crescimento e buscam retorno a longo prazo. A utilização de métodos inovadores e ágeis para a otimização dos processos é contínua aqui, o que melhora cada vez mais as entregas.

4. Tração ou growth stage

Essa é a fase de maturidade, quando todos os processos estão alinhados e funcionando plenamente. Ou seja, a empresa já validou seu modelo de negócio, conseguiu conquistar uma base de clientes sólida e está atraindo rodadas de investimentos significativas.

O foco dessa fase deve ser o crescimento. Por isso as áreas de marketing e vendas recebem mais investimentos. 

Em busca da expansão de negócios é importante ter KPIs (key performance indicator, em inglês, ou indicadores-chave de desempenho, em português) bem definidos e mensurados para saber onde destinar esforços e quando será o próximo salto de crescimento.

5. Escala, Scale-up ou expansion stage

Para o alto e além. A fase final é o momento de escalar a startup e iniciar sua expansão. O crescimento passa a ser exponencial, o que significa que a receita e a base de clientes se multiplicam, sem necessariamente alterar a estrutura administrativa e os custos.Nesse momento a empresa decide se vai seguir um caminho mais “tradicional” ou se seguirá com sua cultura ágil e inovadora, como algumas Big Techs e Unicórnios.

Qual é a fase mais difícil de uma startup?

A fase mais difícil de uma startup varia de caso para caso. Porte da empresa, nichos do mercado e quantidade de recursos disponíveis são algumas das variáveis que tornam determinadas fases mais ou menos complexas de serem superadas.

O segredo é estar preparado e não pular etapas.

À medida que se avança uma fase, novos desafios surgem. Ao mesmo tempo, o empreendedor já está mais maduro em seus aprendizados. Ou seja, tem mais ferramentas para vencer obstáculos, o que pode tornar a fase aparentemente mais fácil.

A administração de recursos financeiros na fase de validação, em que há pouca ou nenhuma rentabilidade, pode ser desafiadora para quem não se prepara suficientemente para isso na fase da ideação. Da mesma forma, rentabilizar uma operação pode ser mais difícil para quem não escutou o feedback dos clientes-teste na fase de validação, e assim por diante. 

5 dicas para avançar nas fases de uma startup

A cada fase, novos desafios para avançar até a fase seguinte se apresentam. Entender o que se espera de cada etapa é essencial para estabelecer metas possíveis e planejar os passos necessários.

  1. Crie metas mensuráveis de curto prazo de acordo com a sua fase. Por exemplo: na fase de ideação, a meta pode ser analisar concorrentes e desenvolver um plano de negócios bem completo. Já na fase de validação, a meta pode ser testar o mínimo produto viável com clientes e aplicar mudanças conforme o feedback. Na fase inicial, uma possível meta é ampliar a captação de investidores e de clientes até equilibrar as saídas e entradas do orçamento. A partir daí, prever crescimento.
  2. No plano de negócios, calcule o quanto de investimento será necessário e o tempo estimado para os primeiros retornos. Ou seja: quanto tempo você pode arcar com os custos dessa ideia sem novas entradas financeiras?
  3. Participe de eventos do setor da startup para angariar investimentos e também clientes.
  4. Não se acomode! Fique sempre atento ao feedback de clientes e também às novidades de mercado.
  5. Reavalie sempre seu plano de negócio. Ele é um ótimo guia, mas pode precisar ser reformulado conforme os aprendizados da prática.

5 erros ao atravessar as fases de uma startup

Segundo estudo do Sebrae, cerca de 30% das startups acabam ainda nas fases iniciais. Para fugir dessa estatística é preciso evitar os erros mais comuns entre iniciantes. 

  1. Produto sem demanda: aqui o erro foi no estudo de mercado, que não considerou o real interesse e necessidade do consumidor e o quanto ele estaria disposto a pagar pelo produto ou serviço oferecido.
  2. Ideia fixa: não aceitar flexibilizar e adaptar seu plano de negócio ou produto à realidade do mercado e necessidade do cliente.
  3. Falta de foco: começar e manter um empreendimento requer muita dedicação, estudo e atualização. 
  4. Lançamento prematuro: a ansiedade para ver o produto na rua é grande, mas é importante não pular etapas como pesquisa de demanda e concorrência. 
  5. Priorizar investidores e não os clientes: dinheiro é bom e necessário, mas é a satisfação dos clientes que vai permitir a longevidade da empresa. Isso não significa abrir mão dos investimentos, mas sim convencer os investidores, mostrando os resultados da sua estratégia.
  6. Acomodar-se: achar que encontrou a fórmula do sucesso e fechar os olhos para as inovações do mercado e as questões conjunturais.

Claro que erros acontecem durante o processo de crescimento, mas é fundamental estar atento para corrigi-los enquanto é tempo e transformá-los em aprendizado!

Será que sua empresa já passou da etapa de validação e está pronta para começar a operar? Saiba mais sobre a fase early stage das startups.