A joint venture é uma das formas de cooperação que podem ser estabelecidas entre empresas com objetivos comuns, visando ao desenvolvimento mútuo. 

Neste artigo, explicaremos as características dessa modalidade de parceria, as formas de aplicação e suas vantagens e desvantagens para uma empresa. 

O que é joint venture?

Uma joint venture é uma cooperação formal entre duas ou mais empresas, geralmente por tempo determinado, com escopo limitado e objetivos específicos. 

Nesse caso, as empresas, que podem ou não ser do mesmo ramo, compartilham os riscos e as vantagens do empreendimento, além de dividir aprendizados. 

Essa forma de cooperação pode ser vantajosa para explorar novos mercados e atingir novos públicos de forma controlada e reduzindo custos e riscos. 

Joint venture: significado

No sentido literal, joint venture pode ser traduzido do inglês como “risco compartilhado”. O termo teria sido utilizado pela primeira vez para descrever parcerias comerciais estabelecidas por empresas de navegação na Inglaterra por volta do século XVI.

Diferença entre fusão e joint venture

Embora os processos de fusão e de joint venture tenham pontos em comum, elas não são a mesma coisa. A fusão ocorre quando duas empresas, em geral do mesmo porte, se unem e passam a existir como uma só. 

Por outro lado, numa joint venture as empresas participantes do acordo seguem existindo separadamente, durante e após o tempo de cooperação. 

Elas cooperam, investem juntas, trocam informações e recursos, tudo dentro do escopo determinado no contrato de parceria.

Diferença entre joint venture e joint operation

Tanto a joint venture quanto a joint operation são formas de cooperação entre empresas, mas há pontos essenciais que as diferenciam. 

Em um pronunciamento técnico sobre negócios em conjunto, a Comissão de Valores Mobiliários estabelece assim a distinção:

“Operação em conjunto (joint operation) é um negócio em conjunto segundo o qual as partes integrantes que detêm o controle conjunto do negócio têm direitos sobre os ativos e têm obrigações pelos passivos relacionados ao negócio. Essas partes são denominadas de operadores em conjunto.

“Empreendimento controlado em conjunto (joint venture) é um negócio em conjunto segundo 

o qual as partes que detêm o controle conjunto do negócio têm direitos sobre os ativos 

líquidos do negócio. Essas partes são denominadas de empreendedores em conjunto.”

Entenda como funciona uma joint venture

Para estabelecer uma joint venture, as empresas participantes podem definir os limites, objetivos e termos da cooperação, de forma satisfatória para ambas. 

Por exemplo, uma empresa que tem tecnologia para um serviço, mas não dispõe de uma carteira de clientes, pode se aliar a outra que tem clientela estabelecida, mas não a tecnologia. 

Assim, as duas companhias firmam a joint venture para explorarem juntas o mercado desse serviço. A primeira adquire clientes para sua tecnologia, enquanto a segunda inova seus processos ao se beneficiar da cooperação técnica.

Nesse caso, as duas empresas compartilharão pessoal, conhecimentos, investimentos e riscos pelo período em que durar a joint venture, e colherão os resultados da parceria. 

Tipos de joint venture

As joint ventures podem ser, basicamente, de dois tipos:

  • Joint venture contratual: quando as empresas participantes realizam uma cooperação, mas sem criar uma nova empresa para isso. 
  • Joint venture societária: quando uma nova empresa, com personalidade jurídica própria, é criada para operacionalizar a parceria.

Exemplos de joint venture no Brasil

Há diversos exemplos de joint ventures de sucesso no mercado brasileiro. Podemos citar a cooperação da Embraer com as empresas italianas Alenia e Aermacchi para desenvolver o avião militar AMX, no começo dos anos 1980.

Mais recentemente, a Unilever e a Perdigão firmaram uma joint venture para atuar no mercado de margarinas. O acordo envolveu o uso da estrutura de produção da Perdigão e a disponibilização de marcas de propriedade da Unilever.

Outros cases recentes importantes são o da companhia sueca Ericsson e da japonesa Sony, que em 2001 firmaram parceria no segmento de telefones móveis criando a Sony-Ericsson,  e da Raízen com o Grupo Gera na ampliação de soluções de tecnologia de energia limpa para clientes.

Joint venture: vantagens e riscos ao aplicar na sua empresa

Como toda forma de negócio, uma joint venture tem vantagens e desvantagens, que devem ser consideradas na hora de planejar a operação. 

Entre as vantagens, está o compartilhamento do risco. Como há uma ou mais empresas parceiras para dividir o fardo, as eventuais perdas e resultados adversos são mitigados.

Do mesmo modo, a soma de investimentos com parceiros permite reduzir os custos de uma operação para cada uma das partes.

Além disso, uma empresa participante se beneficia da expertise e vantagens competitivas da outra. 

Por exemplo, para uma empresa brasileira que deseja entrar num mercado estrangeiro, a associação com uma empresa local permite utilizar a expertise, as conexões e a clientela da parceira. 

Porém, entrar em uma joint venture também traz alguns riscos e possíveis problemas para as empresas. Por exemplo, cooperar com outra companhia com processos e estilo de gestão diferentes pode revelar diferenças de cultura que prejudiquem a operação. 

Outro risco é o de haver um desequilíbrio quanto aos resultados, de modo que a joint venture seja benéfica apenas para um dos participantes e prejudicial ao outro.

7 dicas para acertar no acordo de joint venture

Se a sua empresa planeja expandir negócios por meio de uma joint venture, é preciso tomar cuidados e planejar muito bem o acordo, de modo que seja vantajoso para ambas as partes. 

Confira, a seguir, algumas dicas de como fazer a joint venture ter bons resultados:

  1. Tenha uma visão clara do mercado, tanto para definir empresas parceiras quanto para identificar oportunidades para a futura joint venture.
  2. Estabeleça, desde sempre, um diálogo franco e objetivo com os parceiros.
  3. Alinhe, antes da assinatura do contrato, as expectativas, objetivos e compromissos de ambas as partes. 
  4. Delimite de forma clara o escopo da joint venture e o que cada empresa oferecerá na parceria. 
  5. Treine as lideranças e colaboradores que participarão da joint venture, com foco no espírito de cooperação e defesa dos valores comuns da joint venture.
  6. Mantenha, sempre, uma cultura de transparência e não sonegue informações que sejam de interesse da joint venture e estejam no escopo da cooperação.
  7. Cumpra todas as obrigações contratuais e cobre do parceiro reciprocidade nesse compromisso.

 

Entre os ativos que fazem uma empresa ser convidada para joint ventures e outras oportunidades de parceria, está uma sólida carteira de clientes. Quer aprender como fazer prospecção e conquistar clientes? Leia nosso artigo sobre o tema.